06 outubro 2011

ATUALIDADES - Prémio Nobel da Literatura 2011

Nobel da Literatura Fica em Casa

A Academia Sueca anunciou hoje o laureado com o Prémio Nobel da Literatura 2011.
No próximo dia 10 de Dezembro, a data do aniversário da morte de Alfred Nobel, este prémio será entregue no Conservatório Real de Estocolmo pelo rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, ao poeta sueco Tomas Transtromer.
Devido à qualidade do seu trabalho, este autor, há vários anos que estava referenciado como possível vencedor deste nobel. Desta forma, decorridos 38 anos, a Suécia volta a consquitar um Prémio Nobel da Literatura.
Tomas Transtromer, foi distinguido pelo facto suas palavras transmitirem "condensadas e translúcidas imagens, que nos dão um novo acesso à realidade".
Apesar de ter sofrido um acidente vascular cerebral que lhe causou graves problemas físicos, continuou a escrever e a publicar. Este escritor completou este ano, oitenta anos. O seu primeiro livro foi editado em 1954, quando tinha 23 anos, intitulava-se "17 poemas". A sua bibliografia perfaz até ao momento 19 livros, sobretudo na área da poesia, traduzidos em mais de cinquenta países.
Ao contrário do vencedor do ano de 2010, Mario Vargas Llosa, o vencedor deste ano não possui qualquer obra própria editada em Portugal. A unica publicação existente é uma compilação intitulada «21 poetas suecos», publicada em 1981 pela editora Vega.

Este prémio foi atribuído 103 vezes, desde 1901, premiando até ao dia de hoje 107 autores, que se destacaram por" produzir no campo da literatura um trabalho marcante na direcção ideal"
O Nobel da Literatura, não foi atríbuido em 1914, 1918, 1935, 1940, 1941, 1942 e 1945. Ao longo destes 110 anos de história,apenas 10 mulheres foram laureadas nesta categoria. Por duas vezes, de forma excepcional, este prémio foi atribuído a título póstumo.
O escritor português, José Saramago, venceu este prémio em 1998, continuando a ser o único escritor de língua portuguesa a conquistá-lo.



POESIA DE TOMAS TRANSTORMER

"LISBOA"

"No bairro de Alfama os eléctricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes/Havia lá duas cadeias. Uma era para ladrões/Acenavam através das grades/Gritavam que lhes tirassem o retrato"

"Mas aqui", disse o condutor e riu à socapa como se cortado ao meio/"aqui estão políticos". Vi a fachada, a fachada, a fachada e lá no cimo um homem à janela/tinha um óculo e olhava para o mar"

"Roupa branca no azul. Os muros quentes/As moscas liam cartas microscópicas/Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora de Lisboa/"será verdade ou só um sonho meu?",
Tomas Tranströmer


(Excertos de poema incluído na compilação "21 poetas suecos" em que o autor realça o ambiente típico dos bairros de Lisboa)

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